O segmento de voos internacionais deve fechar 2017 com mais de 14 milhões de passageiros. O crescimento será de 6% a 7% na comparação com o ano passado, que teve 13,4 milhões de passageiros. O segundo semestre impulsionou a alta, de acordo com o gerente de negócios aéreos do GRU Airport, João Pitta. Especificamente neste período, o aumento é de 7,4%.
O terminal deve chegar perto dos 37 milhões passageiros/ano (internacional e doméstico). São em torno de 104 mil passageiro/dia. Para se ter uma noção da massa de gente embarcando e desembarcando em Guarulhos é só pensar que esse número é equivalente a população de Cambé (Região Metropolitana de Londrina).
"A economia deu um solavanco, mas vemos um crescimento impressionante. Os Estados Unidos crescem 1% ou 2%, enquanto que o Brasil cresce na média de quase 10%. O mercado está robusto e é de futuro", afirmou Pitta, durante evento com jornalistas promovido na semana passada pelo aeroporto. Segundo a IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos), a aviação brasileira deve crescer mais de 60% nos próximos 15 anos.
Responsável por 64% das entradas e saídas internacionais e de 13% do mercado domésticos, Guarulhos serve de hub para um terço dos passageiros de outras cidades do Brasil e América do Sul que vão para o exterior. "Como melhoramos o turismo em Foz do Iguaçu ou no Rio de Janeiro? Um grande elemento é trazer mais voos para São Paulo. Há motivos para que os voos se concentrem nas capitais, e daí dispersar para outros destinos, como a GOL que agora voa para Jericoacoara (CE)", exemplificou o gerente.
Ele também ressaltou que "o turismo no interior tem muito mais a ganhar se houver mais voos e ofertas nas capitais." Foz do Iguaçu tem seis voos diários para Guarulhos. "Precisamos ser o ponto de ligação, neste caso do Paraná, com os Estados Unidos, por exemplo. Hoje, 80% dos passageiros de Londrina que vão ao exterior passam por Guarulhos. Cada vez que se abre um voo em Guarulhos colocamos Londrina mais perto deste destino", afirmou Pitta. Segundo dados do GRU Airports, as conexões representam 30% da movimentação do aeroporto.
A empresa administra o terminal desde 2012 e tem como estratégia a longo prazo se tornar um Hub global com rotas para destinos hoje inexplorados como Viena (Suíça), Oslo (Noruega), Egito, Moçambique.
"Isso só é possível se tivermos toda a América do Sul voando primeiro para São Paulo, juntando aqui e depois distribuindo para os outros continentes. Como a TAP faz na Europa, voando para 12 destinos. E para atingirmos essa nossa estratégia é preciso ampliar as ligações. Não consigo apresentar o Brasil ao mundo dizendo que ele (o turista) tem que fazer duas paradas para chegar a Foz do Iguaçu", exemplificou.
A empresa também está focada em aumentar o número de rotas com voos diretos. Hoje, o Brasil tem apenas cem destinos, menos do que o Panamá. "É preciso utilizar melhor o meio do dia, nivelando o rol de utilização da estrutura do aeroporto. Os voos internacionais chegam pela manhã e partem à noite, deixando um vazio durante o dia. Precisamos aproveitar a tendência das low cost (companhias de baixo custo) para ocupar esse vazio. E estreitar os laços com as companhias aéreas com base em Guarulhos."
PERSPECTIVAS
O próximo ano deve seguir a tendência de crescimento iniciada neste segundo semestre. O aeroporto já anunciou a ampliação de rotas da Avianca e Aeromexico. A Ethiopian vai passar para dez voos semanais, hoje são quatro. Também há duas novas rotas para a Argentina (Tucuman e Jujuy).
Em julho do ano que vem haverá 16 voos semanais para Roma (Alitalia e Latam), hoje, são sete. "Há uma lista de companhias aéreas que não estão no Brasil e queremos trazê-las para Guarulhos", ressaltou Pitta. Novas rotas domésticas estão em fase de autorização na Anac (Agência Nacional de Aviação Comercial).
Fonte: Folha de Londrina
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